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domingo, 23 de junho de 2013

Em entrevista, Silvio Santos afirma que a TV Record joga “dinheiro fora”

Silvio Santos não gosta de dar entrevistas. Diz que tem uma profissão “como outra qualquer”, que define como “vendedor de bugiganga”. E, portanto, não merece “regalias”. Por três semanas, Joelmir Tavares, do jornal Folha de São Paulo, tentou furar a barreira. Esperou Silvio na porta do cabeleireiro Jassa, nos Jardins, onde ele arruma os cabelos antes de gravar seu programa dominical. Puxou papo sobre muitos assuntos. O dono do SBT acabou respondendo a diversas questões. “Você está gravando?”, perguntou, no primeiro dos três encontros. “Pode publicar. Eu não ligo para isso.” A primeira conversa foi às 9h da manhã de 4 de junho.




Confira os melhores momentos da entrevista de Silvio Santos, concedida ao jornal Folha de São Paulo:



Folha: A Patricia está sendo preparada para sucedê-lo?



Silvio Santos: [risos] Ela está indo. Tá melhor do que eu esperava.



Folha: Como está a situação financeira do SBT? Está bem?

Silvio Santos: Claro, muito bem. Dentro daquilo que a gente quer. Nós vamos acompanhando: se o mercado evolui 5%, a gente tenta conseguir 5%. Se dez, é dez. [bate palma] Agora, a Record faz milagre, né? A Record está faturando os tubos.



Folha: O SBT retomou o segundo lugar em audiência?

Silvio Santos: Não. Mas estamos lutando. Tá bom, tá bom. O lugar [no ranking de audiência] é importante, mas a administração [correta da empresa] é melhor. A Record, você vê, está perdendo um dinheirão. Por quê? Porque está administrando mal. Está jogando dinheiro fora [risos]. Jogou fora, não pode ganhar, né? Mas a gente nunca sabe exatamente a situação da Record. Porque lá não tem necessidade de dinheiro.



Folha: Mas agora ela está demitindo, cortando programas.

Silvio Santos: Não sei por que estão demitindo. Isso aí deve ter sido alguma decisão na Igreja [Universal]. Deve estar havendo algum bate-boca na igreja.



Folha: O sr. controla tudo no SBT?

Silvio Santos: Eu não. Eu pago gente para controlar, né?



Folha: Por que o sr. não vende horários para igrejas no SBT?

Silvio Santos: Eu não vendo horário religioso. É contra o meu princípio. Judeu não deve alugar a televisão para os outros. Você não sabe que os judeus perderam tudo quando deixaram outras religiões entrarem em Israel? A história é essa. No dia em que os judeus começaram a deixar que outros deuses fossem homenageados em Israel, os babilônios foram lá e tiraram o templo e jogaram os judeus para fora. O judeu não pode deixar que na casa dele tenha outra religião. É por isso que não deixo nenhuma religião entrar no SBT.



Folha: A sua mulher, Íris, e suas filhas são evangélicas.

Silvio Santos: Mas onde eu mando eu não deixo nenhuma religião entrar. Nós não temos nenhum programa judaico, né? Nem católico nem evangélico nem budista. Nada disso.



Folha: Mas então o SBT…

Silvio Santos: É uma casa judaica.



Folha: O sr. está negociando com Gugu Liberato?

Silvio Santos: Não. Por enquanto, o Gugu não veio nos procurar não.



Folha: E a porta está aberta para ele?

Silvio Santos: Está. Somos uma casa de negócios. Nós não temos esse negócio de saiu, não pode voltar. Todo mundo pode entrar e todo mundo pode sair, dependendo da negociação.



Folha: Se ele voltar, será como sócio do programa?

Silvio Santos: Depende. Se ele topar, ele pode ser sócio. A gente pode fazer um outro acordo qualquer. Contanto que ele ganhe dinheiro e nós ganhemos dinheiro, não tem problema.



Folha: O sr. assiste à TV?

Silvio Santos: Ah, é muito difícil. Eu vejo muito filme. Geralmente vejo documentário, biografia.



Folha: O sr. foi candidato a presidente em 1989. Pensa em voltar para a política?

Silvio Santos: Rá-rá-rá. Aquilo foi um, foi um… Valeu a pena! Rá-rá. Foi um, uma, como é que é, foi uma… Como é que é aquilo? Uma desmunhecada, né? [faz gesto com a mão esquerda] Uma tentativa de fazer alguma coisa. Mas é dificílimo.



Folha: Em quem o sr. vai votar para presidente em 2014?

Silvio Santos: Não sei. Eu acho que a Zil… A Dilma faz um bom governo.



Folha: Ela foi vaiada na abertura da Copa das Confederações.

Silvio Santos: A inflação está aumentando. E está começando uma política para ver se ela baixa um pouco a bola, né?



Folha: A popularidade dela caiu.

Silvio Santos: Mas será que o Lula vai voltar? [entra no carro] Tchau! Eu tenho que trabalhar! Está todo mundo me esperando lá [no estúdio do SBT].



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